segunda-feira, 29 de setembro de 2008

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Amélie

Estive a (re)ver o fabuloso destino de Amélie. Daí decidi embarcar no cliché de esboçar uma lista de "likes" e "deslikes":


Gosto
. quando o mar está calmo, boiar de barriga para cima, olhar para o céu e sentir que, naquele momento, com os ouvidos tapados pela água, ninguém sabe de mim e eu não sei de ninguém
. café com natas
. levar o meu carro para um sitio ermo, à noite, para ver as luzes de todas as ruazinhas e o rio
. imaginar para onde vão os aviões que vejo passar à tarde
. a primeira chuva "a sério" depois do Verão
. coincidências
. cheiro a terra molhada, a folhas de laranjeira e a roupa lavada
. ver gruas, ao fim da tarde, num lugar elevado (relativamente ao sitio onde estou)
. o leite com café que a minha mãe me fazia de manhã
. receber sinais de afecto inesperados
. no Inverno, fazer casas com cobertores e cadeiras e esconder-me lá dentro (nunca mais o fiz desde miúda, mas ainda sinto necessidade de esconderijos imaginários)
. cheiro dos livros, especialmente os antigos, com as páginas amarelecidas pelo tempo
. quando encontro um filme ou uma música que podiam ter sido escritos por mim (se tivesse o talento para o fazer)
. recordações.

Não gosto
. ficar com marcas de suor nas camisas de algodão, quando está muito calor
. esquecer-me de coisas
. canela
. corar e tropeçar nas palavras quando falo com alguém
. dormir com os estores abertos
. ser acordada (com o abrir de persianas, excesso de diálogo/ralhete, etc)
. situações de "ribalta"; possibilidade de poder ficar demasiadamente exposta à atenção dos outros
. quando acabo de falar com pessoas com as quais não tenho intimidade e elas não percebem o que disse por eu "falar para dentro"
. silêncios constrangedores
. ter falta de aptidões sociais
. ter frio
. ir dormir com fome
. lembrar-me de assuntos "recalcados" quando quero dormir
. sentir-me feia

Yann Tiersen - La Noyee

domingo, 21 de setembro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

oremos

Saber que o Senhor me ama é:

1) Um dia antes do concerto de Madonna - por quem nutro grande amor e ao qual não podia ir por falta de saldo - apanhar com músicas dela em tudo o que era loja, ver a notícia em tudo o que era jornal. Pensar: Bom, já que não vou, pelo menos dou um pulo ao bairro no Sábado e vingo-me. Certo. Bairro: toda a pessoa, com quem confraternizei, ia ao concerto. Tentam vender-me bilhete a 60 € e, posteriormente, a 50€. Não pude comprar.
Chego a casa, deprimidíssima: sic transmite um filme sobre a vida da artista.
2) No próprio dia: acordo às seis da tarde, ainda deprimida. Crise de choro a ver um filme da TVI e a receber notícias do recinto, via sms.
Café com duas bichas que são igualmente pobres, como eu. Telefonemas do recinto, que lá alegraram um bocado.
3) Hoje decido fazer qualquer coisa produtiva e atirar-me ao Jumbo, em plena época de aquisição de materiais escolares, em busca de um dossier que dê folga ao que já tenho há 4 anos. Selvajaria. Crianças que querem porque querem. Pais que se acotovelam mutuamente porque só põem os olhos na lista de compras e na imagem mental do saldo contabilístico a cair.
Dossier, só se for do homem-aranha, do Poo ou coisas similares.
Chego à caixa e faço o rally em busca da mais vazia. Dou de caras com o homem mais chato com quem bebi café até hoje. Com a graça do bom deus, ele também deu de caras comigo.
Saio do Jumbo vitoriosa e cabra, porque não lhe falei. Sem dossier.