domingo, 30 de novembro de 2008

O Senhor ama-me.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008



Haja vagar e paciência, e de hoje adiante hei-de meter para aqui, a martelo, alguns momentos preferidos de filmes que gosto. Interesse? Nenhum, mas deixa-me feliz.

Cher - music's no good without you

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Acordei com vertigens. Andei pela casa como se tivesse bebido um litro de vinho. Voltei a ouvir a voz do meu pai, sem lhe retirar nenhum sentido. Não tomei banho, comi tudo o que me veio à mão com açucar, bebi café com sabor a bolor.
Fui às aulas, sem me apetecer, e fui multada pelo caminho. Afinal já não fui às aulas, outra vez.
Resumindo: puta que pariu a tensão baixa que não me permite olhar para a cara do senhor guarda, que, generosamente, tratava de explicar por que meios estou fodid@ com a minha mãe por ter de pagar 120€ de multa e, quiçá, ficar uns mesitos sem meter o cu no meu carro.

[a meio do post senti-me ordinária e não me apeteceu reformular a coisa de maneira a ficar ou dramaticozinho ou estupidozinho. Julgo que a segunda prevaleceu]

questão: por que é que as lésbicas bonitas, e, às vezes, interessantes, acabam com as lésbicas assim

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Estou dormente, de peito pesado e dormente, atrofiada entre a cavidade toráxica e o ódio desta situação. Quero sentir qualquer coisa, mas não sei muito bem o quê. Não sei se raiva, se pena, se alívio ou consternação. Não quero a revolução que a revolta faz dentro de mim, manhosa e em silêncio, nos momentos em que me vejo sozinha.
Não quero esta descrença, mas já descreio em quase tudo.
Nem sequer chorei e podem achar-me fria por isso. Acho que gastei grande parte das lágrimas, mais do que desejaria, no degredo da nossa privacidade. Agora o choque já não é choque, é rotina. Só sei que não é normal, porque tremo. Porque tremem-me as pernas por escassear a força para segurar o pedal da embraiagem do carro. Porque bato contra as portas e as esquinas das paredes quando ando por casa. Porque sonho com todos os medos que digo não me meterem medo algum.
Estou dormente e pesada, como uma gabardine molhada. Quero dizer a alguém o que sinto, mas não sei o que sinto e afinal acho que não quero dizer nada a ninguém.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Queria que percebesses, que percebessem os dois, que não te quero mal, mesmo quando te odeio. Não me sinto bem, mas no tempo presente sinto-me segura.
Queria que percebesses que não te quero mal, nem quero nada que seja teu.
Só a tua ausência.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

nós.

O melhor que se tem a dizer do amor é que nos dá cólicas. Quando alguém tem o poder de interferir com a nossa estabilidade intestinal, qualquer coisa está fora do lugar. Qualquer coisa foi transferida e perdida no caminho natural das coisas.
Quando vieste perguntar-me sem pejo algum se queria comer-te, devia ter dito que não. Acho que reside aí a chave do insucesso de todas as minhas relações: a incapacidade de dizer um redondo Não.
- Está bem.
Está bem? Que merda de resposta é esta num ser humano em idade adulta?
- Está bem.
E curtimos. Devia ter dito Não. Não me leves a mal, não me arrependo. Lamento, talvez, nas ocasiões em que o labirinto das tuas ideias me rebenta no cérebro como um aneurisma, mas não me arrependo.
Se escrevesse o tratado da nossa relação, teria de contar ao mundo que o nosso maior defeito foi não saberes de mim e eu não saber de ti. Completamente autistas. Não podia dar certo.
Devia ter dito que não. Devia ter-te dito que me tinhas deixado na alma um vazio que nem tu podias suprimir. Devia ter-te dito que o teu silêncio rompeu nos meus tímpanos a confiança que havia entre nós.
- Está bem.
O tempo que passámos juntas, posso dizer, com justiça, foi o intervalo entre os meus dois amores. O primeiro, reprimido, e o outro, o segundo, depois de me deixares, de eu te deixar, de nos deixarmos; o sofrido.
Não te disse Não para aprender o valor que a negativa poda ter na minha vida. Agora digo não constantemente.
Não gosto disso.
Não, não te quero dar o número.
Não, não te quero conhecer.
Não.
Devia ter-te dito Não para te poder adiar. Meter-te em pausa, como um filme. O filme da nossa vida. Devia ter-te dito Não, para saber se deveríamos retomar, não de onde ficámos, mas de onde deveríamos ter partido.
Uma pessoa resolvida teria feito isso. Mas eu nunca fui uma pessoa resolvida.
O melhor que se pode dizer do Amor é não ser eterno. Ou, pelo menos, não se queima eternamente.
O melhor que posso dizer de ti é não saber se foi amor, mas saber que foste o primeiro batimento cardíaco a injectar esse cancro nas minhas veias.
O Amor é a maior hipérbole do nosso Tempo. Tu és a maior hipérbole da minha vida.

[parte disto é ficção]