Uma imensa apatia.Tacteio no escuro os escombros das ideias e das perguntas que tinha guardadas para te fazer. Antes de deixares o tempo comer-me a sensibilidade dos orgãos que te davam relevância.
O único sentimento concreto que me anima é o arrepio da pele brutalizada pelo vento, aqui, onde o mármore já curou feridas iguais ou piores às que me fizeste.
Hoje não, a carícia ausente das luzes e dos carros fumegantes não me anima nem entristece. Incomoda-me o vai-vem das folhas e coisas várias que me voam da mala, as mensagens que me chegam ao telemóvel e às quais não atribuo nenhuma importância, a indiferença com que me presenteio ao cenário que foi mais minha casa que estas quatro paredes.
Não te achei bonita, nem repulsiva. Estavas ali e eu também, por coincidência.
Uma imensa apatia, tão estranha, e mais uma garrafa que estala com o ímpeto do saca-rolhas tosco. Estivesse eu assim todos os dias.
Estragaste-me o dia
estragaste-me, a pontapés, outra e outra vez, a vontade de querer saber.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário