sábado, 4 de outubro de 2008

Nunca liguei a chá e tem-me apetecido passar os minutos das minhas tardes sentada num café, a aquecer as mãos na chavená, sentir o vapor enrubecer-me a expressão e embaciar as lentes. Fala-se, sobretudo, de trivialidades e das coisas que as nossas vidas têm em comum. Rimo-nos dos dramas mesquinhos da T., que te liga a toda a hora e a quem tens de mentir - para não enfrentares o medo de lhe dizer a verdade.
Dei por mim a imaginar as expressões na cara de quem me ouve as confissões e mazelas de (falta de) auto-estima.
Dei por mim a pensar que, no fundo, temos um pouco dela em nós. A diferença é que temos a quem nos queixar de todas as mediocridades que sentimos diariamente.
Dei por mim a pensar no estalo que daria a mim mesma se me ouvisse dizer as coisas que digo.
Acabámos de beber o chá e esqueci-me de tudo isto.


Placebo - space monkey

1 comentário:

Teresa Coutinho disse...

Se me ouvisse dizer o que digo, divorciava-me de mim.
Belo cantinho que aqui tens.

Um beijo . *