sexta-feira, 15 de maio de 2009

Contacto. Os teus lábios perto dos meus. Sempre os teus lábios perto dos meus. Nunca o inverso.
Nunca o tempo necessário para sentir o suspense. Contacto.
Contraria-me a falta de liberdade de agir no ímpeto de te agarrar no topo das tuas escadas, chegar os meus lábios dos teus, segredar-te qualquer coisa em confidência. Sempre o medo. O medo de ser ouvida. O medo de te mostrar que não és um passatempo semanal, que ora vem, ora vai. O medo que julgues um beijo por mais do que é. Que te assustes, que te julgues uma estrangeira na tua própria pele.
Constrange-me sentir-te a pele e o arrepio que me dá, às vezes, sem carta branca que me dê permissão.
Contacto. Vezes e vezes transmitido em filme dentro de mim. O topo das tuas escadas. Entrar e fechar a porta à indiscrição. Não te dizer nada. Contacto. Dar-te um beijo. Ir-me embora. Contacto.